O dia 25 de setembro é muito especial para os entusiastas, adeptos ou, simplesmente, admiradores do rádio no Brasil. Neste dia, comemora-se o Dia do Rádio e a data foi escolhida como uma homenagem a Edgar Roquette-Pinto (1884-1954), considerado o “Pai da radiodifusão no país” por ter fundado, em 1923, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro – primeira emissora brasileira.
Muita coisa mudou de lá pra cá e, com o passar dos anos e a concepção de novas tecnologias, o rádio também evoluiu. Antes, pesados e enormes movidos a válvulas, transmitiam a programação com algumas interferências e ruídos. Hoje, com os transistores, são pequenos, leves, modernos e cabem na palma da mão.
O curioso é que a cada novo meio de comunicação que surge e ganha destaque, cogita-se o desaparecimento do anterior. Assim aconteceu com o rádio, quando surgiu a televisão.
Ao contrário da tese, porém o que se vê é o rádio ganhando novos formatos – rádio na web e rádio digital – e conseguindo alcançar os mais diferentes tipos de público já que nenhum meio de comunicação é mais ágil que o rádio.
A agilidade do veículo é tamanha que, se acontecer um acidente agora onde você estiver, o radialista entra ao vivo na mesma hora por telefone e coloca a notícia no ar. A televisão só vai noticiar bem mais tarde junto com os sites de notícias e o jornal impresso trará o destaque apenas no dia seguinte.
Primeira transmissão no país
A primeira transmissão de rádio no Brasil aconteceu no dia 7 de setembro de 1922 nas comemorações do centenário da Independência. Naquele dia, no recinto da Feira Internacional, no Rio de Janeiro, o presidente Epitácio Pessoa fez um discurso que foi ouvido em Petrópolis, Niterói e São Paulo.
A antena foi colocada no morro do Corcovado, onde hoje está o Cristo Redentor, e receptores semelhantes ao serviço de alto-falante foram trazidos do exterior, instalados nas cidades escolhidas para as audiências.
Inicialmente o rádio foi criado e utilizado para propagar as informações, bem como servir de entretenimento e importante instrumento de comunicação, utilizado, principalmente, durante os períodos de guerra.
Tanto é verdade que um dos maiores sucessos do cinema é o filme “Bom Dia Vietnã”, de 1987 com o já falecido ator Robin Willians. A trama é inspirada em um caso real, sobre um radialista especial, que trouxe esperança e um pouco de alegria ao dia a dia dos soldados misturando comédia e drama em um filme simples, porém com diversas abordagens interessantes. Se por ventura, você ainda não viu...veja.
O Rádio no Brasil
Segundo dados de 2011 do Ministério das Comunicações, operam no nosso continente 9.973 prefixos licenciados a executar os serviços de radiodifusão nas áreas educativa e comercial, além de outras 4.377 rádios comunitárias outorgadas. Neste total não entram as chamadas rádios piratas ou comunitárias.
No nosso dia a dia também convivemos com profissionais do rádio como é o caso do nosso colega e radialista Eduardo Nasser, que comanda um programa semanal na Rádio Brasil de Campinas chamado “Espaço Cidadão”.
Ele mesmo conta qual o significado desta data.
“Me aproximei do rádio em 2004 em uma emissora comunitária, pois sempre tive uma veia política muito aguçada e o dia a dia muito focado em ações sociais. No rádio esperava encontrar um atalho para fazer a diferença na vida das pessoas, sempre com o programa Espaço Cidadão como um projeto social em paralelo à vida de empresário e compromissos políticos e, entre idas e vindas, criei com o rádio uma profunda relação, em especial a rádio AM e a Rádio Brasil, a qual tenho um amor enorme e tem me abraçado atualmente.
Ali, em frente ao microfone, escorado por pessoas fantásticas (o operador, o diretor, a equipe de jornalismo), muitas vezes como ser humano errante me deixo levar pela vaidade e fecho os olhos imaginando minha voz chegando nos lares mais carentes e vejo as “donas Marias” e os “seos Josés” absorvendo as informações, esclarecendo suas dúvidas mais simples que há muito ninguém dava atenção e me emociono... neste momento o rádio cumpriu sua missão como agente de transformação e eu cumpri a minha como cidadão. Acompanhe o Espaço Cidadão todos os domingos, ao vivo, das 10h até as 11h45, na Rádio Brasil, 1270 AM ou www.brasilcampinas.com.br (com transmissão digital e pelo YouTube). Aproveite e curta a fanpage: www.facebook.com/espacocidadaoeduardonasser ,” afirmou.
Nosso assessor de imprensa, Edison Souza, também diz ter um carinho muito especial pelo rádio.
“Essa paixão pela transmissão radiofônica vem de muito tempo porque, ainda jovem, eu já trabalhava no serviço de som da Paróquia Nossa Senhora da Divina Providência, que fica no bairro Vila Pompéia, em Campinas. Era um serviço comunitário utilizado nas quermesses onde as pessoas dedicavam uma música a um amigo ou alguma paquera, mediante uma pequena contribuição que ia para os cofres da igreja. Eu anuncia a música e a dedicatória, numa espécie de Correio Elegante Eletrônico. Bem mais tarde, em 1984 a Federação Paulista de Futebol instituiu a Copa Rayovac onde o ingresso para as partidas eram trocados por pilhas Rayovac (as amarelinhas, dizia o slogan). Comecei a cobrir este torneio para o Programa A Grande Parada, apresentado até hoje pelo radialista e ator Luís Antônio Piva, na Rádio Brasil de Campinas, a Campeoníssima. Pouco tempo depois, na mesma Rádio Brasil, o chefe da equipe de esportes, Valdenê Amorim (atualmente na Rádio CBN Campinas) me convidou para auxiliá-lo como Plantão Esportivo. Depois cheguei à televisão, mas esta é uma outra história”, concluiu.
Outro colega que também já militou neste ambiente do rádio é o nosso querido Manoel Policarpo Azevedo Joffily, ou simplesmente Doutor Manoel. Ele conta que começou também na Rádio Brasil no início da década de 1950.
Quando fiz meu primeiro teste na Rádio Brasil a emissora funcionava no terceiro andar da Galeria Trabulsi, na Rua Barão de Jaguara e tinha até programas de auditório. Depois, foi fundada a Rádio Publicidade e Cultura, hoje Rádio Globo-CBN, que era uma rádio mais “fina”, imitando a Rádio Eldorado. A emissora tinha uma programação musical mais elitizada com apenas duas músicas por intervalo publicitário. As duas emissoras entravam no ar simultaneamente com um rádio jornal apresentado por mim, pela Rádio Cultura e pelo Batista Linardi, pela Rádio Brasil.
Na época faziam muito sucesso as chamadas rádio novelas. Elas vinham diretamente do Rio de Janeiro em discos de acetato de 78 rotações por minuto (78 rpm), um capítulo por disco. E a de maior sucesso à época foi a novela cubana O Direito de Nascer. Naquele tempo os comerciais também vinham em discos e era proibido, por exemplo, dizer a palavra cueca; era obrigatório que o locutor dissesse roupas brancas.
Minha aventura no rádio durou cerca de um ano e meio, mas tenho muita saudade daquele tempo”, completou.
Enfim, hoje é o Dia do Rádio: esse companheiro inseparável de todas as horas. Rendemos, assim, nossa justa homenagem aos profissionais, que por trás dessa caixinha mágica, nos mantém informados 24 horas por dia e nos proporcionam o entretenimento na sua mais pura essência.
Organização, edição da matéria e fotografias – Edison Souza - Assessoria de Imprensa
Eduardo Nasser – Assessor Especial da Secretária de Habitação
Programa SocioCultural
DiCAF/DA/CRHU
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