No dia 19 de novembro é celebrado em todo o mundo o Dia Internacional do Homem. A data tem o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) e vários grupos de defesa dos direitos masculinos da América do Norte e do Sul, Europa, África e Ásia. “Os principais objetivos do Dia Internacional do Homem são: conscientizar e melhorar a saúde dos homens (especialmente dos mais jovens), bem como o seu bem-estar social, emocional, físico e espiritual” e ainda melhorar a relação e promover a igualdade entre gêneros; destacar modelos masculinos positivos de homens no seu cotidiano; comemorar as contribuições masculinas positivas para a sociedade, comunidade, família, casamento, guarda de crianças e meio-ambiente; e destacar discriminação profissional contra os homens nas áreas de serviços sociais, nas atitudes e expectativas sociais, no direito e, com destaque:
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Melhoria da esperança de vida dos homens.
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Ajudar os homens a obter ajuda.
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Melhorar a educação.
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Lutar contra a tolerância da violência contra homens e meninos.
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Promoção da paternidade e modelos masculinos.
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Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem.
Área Técnica de Saúde do Homem do Ministério da Saúde.
Novembro Azul e Câncer de Próstata
Em novembro de 2003, surgia na Austrália o movimento Movember — união das palavras em inglês Moustache (bigode) e November (novembro) —, quando homens deixaram crescer o bigode para chamar atenção à saúde masculina e fazer um alerta sobre o câncer de próstata. A campanha expandiu-se pelo mundo e inspirou o Novembro Azul, criado em 2011 pelo Instituto Lado a Lado pela Vida para promover ações de esclarecimento sobre a doença no Brasil.
Quando excluímos os tumores de pele, o câncer de próstata figura como aquele mais comum em homens acima dos 50 anos. É também a segunda causa de morte por câncer nos países desenvolvidos. No Brasil, está por trás de 62 mil novos casos e 13 mil óbitos por ano.
A doença, em geral, evolui lentamente, mas existem casos agressivos. Sabe-se que um em cada seis homens terá o problema, mais frequente em negros e naqueles que possuem parentes de primeiro grau que tiveram o câncer. Quando acomete homens com menos de 50 anos, pode estar associado a mutações genéticas hereditárias do gene BRCA 1 e/ou 2, o mesmo relacionado aos cânceres de mama e ovário hereditários nas mulheres.
Devemos ficar atentos à condição porque, na fase inicial, não costuma apresentar sintomas. Eles aparecem mais nos estágios avançados — dores nas costas, nas pernas e nos quadris podem surgir em função da disseminação da doença para os ossos, por exemplo. É comum, no entanto, a presença de sinais de hiperplasia (aumento) da próstata, situação benigna que pode coexistir com o câncer e provocar diminuição na força do jato miccional, aumento na frequência das idas ao banheiro e esvaziamento incompleto da bexiga.
As pesquisas indicam o envelhecimento como principal fator de risco. Dieta com alto teor de gordura animal, obesidade e sedentarismo também podem estar associados à maior probabilidade de desenvolvê-lo.
As diretrizes da Sociedade Brasileira de Urologia e da Associação Europeia de Urologia recomendam o rastreamento do câncer de próstata em homens a partir dos 50 anos ou a partir dos 45 no caso de negros e homens com histórico familiar da doença.
Dois exames são essenciais para o diagnóstico: a dosagem no sangue do PSA e o toque retal.
O PSA (Antígeno Prostático Específico) é uma proteína que pode ser encontrada no tecido prostático, no sêmen e na corrente sanguínea. Pode estar alterado em diferentes contextos, caso de prostatites (infecções da próstata), hiperplasia e do próprio câncer. Um resultado normal no PSA, isoladamente, não exclui a possibilidade de haver um tumor maligno. Daí a necessidade do toque retal.
Embora ainda visto com certo preconceito, não há atualmente outro exame com a mesma eficiência. Quando realizado por um médico bem treinado, o toque dura segundos, é indolor e permite avaliar características fundamentais para o diagnóstico de doenças prostáticas. Se, após esses exames houver suspeita da doença, pode ser necessária uma biópsia para confirmar o diagnóstico.
O câncer de próstata tem comportamento variável. Pode ser de baixa, intermediária ou alta agressividade, estar localizado apenas na próstata, avançado localmente ou já espalhado em outros órgãos.
O tratamento é baseado nesses fatores e em características individuais do paciente. Cirurgia, radioterapia, hormonioterapia, quimioterapia e vigilância ativa O tratamento ideal é personalizado e busca a melhor forma de combater o câncer com menor grau de agressão ao paciente.
Felizmente, quando a doença é detectada em fase inicial, a chance de cura ultrapassa os 90%. Por isso, ajude a propagar essa mensagem em mais um Novembro Azul. Além de salvar vidas, a detecção precoce permite recuperar a alegria e a autoestima dos homens, assim como o bem-estar da família.
Prof. Dr. Hamilton de Campos Zampolli é urologista, doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo e membro do Comitê Científico do Instituto Lado a Lado pela Vida
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