Jean Pierri, o cicloviajante
Mais do que um hobby, um estilo de vida. Assim o arquiteto Jean Pierri Bettini Morais, analista de projetos do EHIS Cohab define sua paixão pelo ciclismo. O hábito de pedalar começou bem cedo, na adolescência, em passeios e peripécias com amigos pelas ruas de Vinhedo e foi se consolidando com o passar dos anos e com a conscientização dos benefícios para a saúde e o meio ambiente que sua prática causavam. Um hábito que nem o frio, chuva ou calor o impedem de praticar todos os dias. Jean Pierri cobre diariamente os doze quilômetros e meio que separam sua casa de seu trabalho sobre o selim de sua bicicleta. No trajeto, aproveita os cinquenta minutos da viagem para apreciar a paisagem, clarear os pensamentos e planejar o dia. E ainda aproveita os finais de semana para esticar o passeio por trilhas e veredas da região.
No trabalho, o arquiteto e urbanista tem a missão de planejar o desenvolvimento de uma cidade mais humana e mais acolhedora especialmente para as famílias atendidas pelo Projeto EHIS Cohab - Empreendimentos Habitacionais de Interesse Social, um programa que não se limita a oferecer a oportunidade a pessoas de adquirir a casa própria, mas garantir que eles tenham acesso a imóveis com qualidade, em bairros ou núcleos habitacionais com infra estrutura, segurança, transporte coletivo e equipamentos públicos acessíveis e próximos. Uma responsabilidade que Jean Pierri assume diariamente desde quando, em 2013, foi admitido, por concurso público, para exercer a função de técnico em edificações da Companhia.
Mente aberta e cabeça feita
O primeiro encontro do então jovem Jean Pierri com a também adolescente Geane aconteceu há treze anos e, apesar da tumultuada vida do rapaz – que se viu obrigado, pelo trabalho, trocar frequentemente de cidade – o namoro se consolidou. As mudanças para Vinhedo, Indaiatuba, Sorocaba não impediram que o casal estabelecesse uma união sólida e um casamento que já dura seis anos.
Geane não nutre a mesma paixão pelo ciclismo, pedala esporadicamente e prefere usar o carro para deslocamento pela cidade, mas num relacionamento em que cada um respeita os gostos e a individualidade do outro, é uma grande incentivadora das aventuras do companheiro. Só interfere no que se passa na cabeça do marido quando, como boa cabelereira, cuida de suas madeixas e tenta disfarçar os prematuros fios brancos que teimam em tingir o negrume de seus cabelos.
O casal não tem filhos – humanos – mas quem completa a alegria da casa é Airon, um Spitz Alemão de seis anos, que divide com eles o espaço na sala e ocupa o melhor lugar no sofá. Geane se apaixonou pelo cão logo que o viu pela primeira vez, porém o valor estipulado pelo vendedor parecia ser a barreira que os separariam para sempre. O Sptizu acabou sendo adquirido pela empregadora da moça. Mas, quando a atração é muito forte, o Universo conspira a favor. A compradora e o cão não se entenderam muito bem logo de início e o animal acabou voltando aos braços de sua admiradora original e hoje já é considerado parte da família.
Respeito à vida e ao meio ambiente
Para quem pedalar não é um modismo, nem apenas um hobby ou tampouco um mero um exercício, mas um estilo de vida, Jean Pierri tem na bicicleta um veículo para transportá-lo para uma vida mais saudável e uma contribuição para a preservação do meio ambiente. Na direção de um veículo não poluente, Jean Pierri percorre de segunda a sexta-feira, os 12,5 quilômetros que separam sua casa, em Valinhos, do trabalho, na Cohab em Campinas, sem se preocupar com as intempéries ou mudanças na temperatura. “ Venho trabalhar de bicicleta, às vezes sob o Sol escaldante, outras açoitado por ventos congelantes, ora debaixo de chuva, mas sempre apreciando a paisagem, curtindo as nuances de cada estação, me deparando com novidades todos os dias. Quando chego no trabalho só preciso tomar uma ducha e trocar de roupa e estou disposto para encarar os desafios da profissão”.
Jean Pierri acrescenta ainda que essa rotina diária contribui para que ele sempre comece o dia de trabalho com ideias novas, pensamentos claros e propostas criativas em sua missão de planejar uma cidade mais humanizada, com mais acessibilidade e com maior respeito ao morador. Uma cidade assim contribui para a formação de cidadãos mais conscientes, mais solidários e mais preocupados com a preservação da vida e do meio ambiente.
Nos finais de semana, ele também se aventura pelas trilhas rurais de Joaquim Egydio, Sousas ou Serra do Japi, em Jundiaí em companhia de um pequeno grupo de amigos.
Outras vezes busca emoção nos percursos mais longos, como os trezentos quilômetros do Caminho da Fé ( quatro dias pedalando de Águas da Prata a Aparecida do Norte), 430 Quilômetros da Estrada Real, percorrendo em uma semana os caminhos dos desbravadores entre os municípios de Diamantina a Ouro Preto. Sempre com objetivo de conhecer lugares, praticar exercício ao ar livre, respirar a Natureza, sem prejuízo ao meio ambiente e nem pretensões de fazer de seu estilo de vida uma competição, uma busca aos pódios ou reconhecimento.
“Faço isso porque me faz bem e traz benefícios à minha saúde e por que me dá muita satisfação e boas recordações” – afirma Jean Pierri, que também contabiliza algumas lembranças dolorosas das vezes que caiu da bicicleta, quebrou costelas e sofreu um trauma pulmonar em acidentes durante seus passeios. “ Tive alguns percalços, mas 98 por cento das vezes que pedalei só me aconteceu coisas boas” – conclui o cicloaventureiro. Jean Pierri só espera por maior conscientização dos motoristas que parecem se divertir em intimidar ciclistas. “eles precisam perceber que existe espaço para todos e motoristas e ciclistas podem conviver sem provocar acidentes ou passear sem estresse”.
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Texto: Milton Frungilo
Fotos: Toninho Oliveira