Aos que ficam,
Não pelo tempo de convivência -- breve com alguns-- mas pela intensidade da relação – marcante com a maioria. Hoje desligamos o computador, calamos a máquina fotográfica, esvaziamos as gavetas, limpamos os escaninhos e experimentamos um incômodo nó na garganta. Sem mágoa, mas com um aperto no peito por estarmos nos afastando de um lugar que aprendemos a gostar. Resta, no entanto, o consolo do dever cumprido com dedicação e responsabilidade.
No tempo que aqui trabalhamos, cultivamos amigos, angariamos respeito e ampliamos nosso conhecimento. Acompanhamos de perto a dedicação e empenho da Diretoria - toda ela -- em fazer desta Cohab, uma empresa sólida, responsável e, principalmente, voltada para atender aqueles a quem a fortuna não sorriu. Enxergamos o lado humano de nossos companheiros de trabalho, aquele que o mundo corporativo insiste em esconder, mas que o coração teima em desvendar. Partilhamos do idealismo de nossos colegas – concursados e comissionados – em empenhar seu conhecimento e habilidade na construção de uma empresa mais justa e humana. Assistimos a uma empresa, voltada a resgatar a dignidade dos desvalidos, que resiste bravamente para vencer os obstáculos impostos por segmentos de uma sociedade com interesses nem sempre confessáveis. É por isso que nos orgulhamos de ter feito parte dessa História e dessa equipe.
Hoje, dentro de poucas horas, deixaremos algo mais que apenas nossos crachás funcionais no arquivo morto. Deixaremos também um pouco de nossa alma e muito de nossa tristeza em não poder mais fazer parte dessa equipe vibrante. Não temos procuração – e nem pretendemos isso – para nos expressar em nome de outros companheiros que deixam a empresa na mesma condição que nós, mas acreditamos que o sentimento que alimenta essas mal tecladas linhas, é o mesmo para muitos deles.
Não entendam isso como uma despedida, mas como um libelo de esperança de que, algum dia – e em breve -- voltaremos.
Um baitabraço de duas voltas e meia do
Milton e Toninho.